Saturday, November 14, 2009

Para a minha Avó

Queria escrever avó Noémia, mas não me soou bem, talvez porque para mim avó só havia uma, uma vez que a mãe do meu pai estava na serra da estrela, sofria de uma doença que lhe afectou a memória e eu nunca a ouvi chamar-me neta.
Avó, que me fazia batatas fritas, que me enchia de gulodises ( era muito forreta, mas para min estava sempre disposta a dar-me gulodises e brinquedos que o sr. da mercearia trazia todas as semanas quando lhe levavam as compras.
Passava a vida a chamar-me maria rapaz e inventava sempre desculpa para eu não brincar com os meus vizinhos meninos, porque não ficava bem. Nós passavamos o tempo a resingar, e desde que virei adolescente era uma gritaria pegada ( hoje nem me lembro porquê). Moramos sempre perto uma da outra, desde os meus 9 anos que eu morava no 1.º andar e ela no r/c. Para mim era automático entrar pelo r/c, era uma extensão de casa, demorei tempo a habituar-me ao r/c vazio... ( antes muito escuro, mascarrado pela grande chaminé que ocupava a maior parte da cozinha, sentia-se sempre um cheiro a fumo).
A minha avó vestia sempre preto, desde que o meu avô morreu tinha eu 6 anos (a maior ausência da minha infância, e uma saudade que nunca consegui apagar....
Usava sempre um lenço na cabeça e tinha uma corcundinha, que a vida pesada no campo e uma doença que nunca me souberam explicar foi acentuando com o tempo. Devido á doença que lhe origivava imurregias ocasionais não gostava de sair de casa, nem para o casamento da única filha nem no funeral do marido. Nunca se quis tratar, não confiava nos médicos.
Ontem sonhei que estava no funeral da minha avó e preparava me para fazer o tipido discurso de despedida e acordei a chorar. E hoje apeteceu-me escrever sobre ela. Senti sempre que devia ter dado mais, estado mais próximo, envolver-me. Sempre a vi como uma pessoa só, não sabia ler, mas via muita televisão e tomava conta do meu gato Snoopy que os meus pais não me deixavam levar para casa. E ele ficava com ela... fazia-lhe companhia.
Não teve uma vida fácil, como ninguem naquela altura tinha (trabalhou num hotel, fazia limpezas (a minha mãe nasceu prematura porque caiu de um escadote quando estava grávida de 7 meses)mais tarde trabalhou como "caseira" numa quinta. fartava-se trabalhar e ainda apanhava do meu avô quando se metia no tintol. Conta a minha mãe que era muito respodona ( os homens nessa altura não tolevaram discordâncias e consta que passou uma noite numa árvore para se livrar do mau vinho do meu avô). Era uma pessoa muito séria, podiam estar com dificuldades para comerem em casa , mas era incapaz de trazer fruta, legumes, leite ou carne sem pagar ao "patrão", o que tenho em conta que eram caseiros e tinham acesso a tudo chega a ser constrangedor. À conta disto a minha mãe teve hepatite de só conseguirem pagar o leite e ovos.
Enfim, muito mais havia para dizer....
Por vezes tenho ataques de nostalgia e saudades destas pessoas que nunca se esquecem e que eu gostava que ainda fizessem parte da minha vida. Serão sempre muito especiais!!

Saturday, November 07, 2009

GRIPE A

Chegou mais depressa do que eu pensava...
Uma das auxiliares da creche da Diana deu resultado positivo. Não tinha muito contacto com os meninos da sala, mas subia no elevador, na maçaneta da porta e contacta com todo o pessoal. Enfim agora temos de esperar 7 dias para ver o que dá e estar atentos a eventuais sintomas....
Resultado: ando que nem posso e na noite em que nos deram a noticia passei toda a noite a sonhar com a maldita gripe!
Não há descanso!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!